Caderno II

 


1. Na fluidez da vida está sempre presente a fluidez do pensamento.


2. Em última instância, o desacerto e o desacordo estão sempre na nossa mente, poderosa máquina criativa, mas também fonte dos maiores desequilíbrios.


3. O homem que se sabe ocupar sem monotonia encontra um tesouro na existência.


4. Só a ação resgata um homem entristecido.


5. É sempre inesperadamente que o Universo abre ante nós uma janela de oportunidade.


6. Em cada oportunidade da vida, devia o homem colocar toda a sua energia, saber e empenho. Prova de gratidão e de merecimento.


7. Às vezes, o homem tem a vida ideal e não o sabe. O mesmo é verdade para a cruz. Não raro, carrega o homem só a cruz que a sua força sustenta.


8. Só na sua vida íntima, o ser humano espelha a sua verdadeira natureza.


9. O homem inspirado transcende as limitações da sua humana pequenez.


10. É quando se deixa de procurar que geralmente se encontra. Um ser humano ansioso não enxerga à sua volta múltiplas oportunidades.


11. Em vez de o homem se lamentar das circunstâncias da sua vida, deve ele aproveitar o melhor que nela exista. Mas para fazer isto, tem primeiro que encontrar a paz.


12. Se o homem acreditar que tudo está certo na sua vida, vê melhor os caminhos da mudança.


13. Depois de muito se procurar o tesouro fora de nós, chega um dia em que descobrimos que esse tesouro só existe a partir do interior do nosso ser.


14. Não raro, quando o homem acredita profundamente que só o bem resultará de uma situação, mesmo que as perspetivas sejam contrárias, é o bem que triunfará.


15. Uma criança que brinca feliz colhe, nesse instante, o essencial.


16. É possível construir novos sentidos, partindo de uma mesma realidade.


17. Nunca o homem deve abandonar a busca pela perfeição. Embora seja ideal inalcançável, a procura leva-o, a cada passo, mais próximo do cume.


18. Se a realidade à nossa volta não muda, mudemos nós alguma coisa na rotina do nosso quotidiano.


19. Quando aquilo que nos perturba persiste como uma realidade inamovível, é porque uma aprendizagem é necessária; e, então, a má experiência converte-se numa mais valia de vida.


20. Há que saber ser paciente: podem passar muitos anos, às vezes até uma única vida não chega, para percebermos o sentido de grandeza de um acontecimento que nos pode ter empurrado para o abismo.


21. O passado deve ser, nas nossas vidas, apenas um eco longínquo da narrativa da nossa história pessoal. O presente é que é o verdadeiro palco da existência.


22. Uma afinidade com outro ser só se constrói num devir temporal que ponha em evidência a similitude das almas.


23. O passado é riqueza e experiência. Não repetir erros distingue o homem sábio do homem comum.


24. Se as circunstâncias nos levam a uma realidade que já nos é familiar, atuemos de acordo com o que aprendemos no passado. Colhamos, se possível, o bem que existe e afastemo-nos do mal que conhecemos.


25. Se o Universo nos conduz ao ponto de termos de ser fortes, para além do que pensávamos serem os nossos limites, sejamo-lo com convicção.




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